domingo, 31 de outubro de 2010

MOBIL OIL PORTUGUESA




Sabiam que a Mobil Oil Portuguesa é a mais antiga empresa petrolífera a actuar em Portugal?
A sua actividade neste país teve o seu início no já longinquo ano de 1896, e com a sua designação primária: VACUUM OIL COMPANY.
Mas voltemos um pouco atrás no tempo. A Vacuum Oil foi fundada em 1866 por Matthew Ewing e Bond Hiram Everest, de Rochester, NY. O interessante desta história, é que segundo consta, o óleo lubrificante foi acidentalmente descoberto aquando de uma tentativa da destilação do querosene. Logo após essa descoberta, o produto tornou-se muito popular, passando a ser usado nos motores a vapor e de combustão interna.
Várias foram as designações da empresa, conforme foi tendo fusões com outras congéneres. Por exemplo, em 1931, efectuou-se a fusão entre a Vacuum Oil e a Standard Oil, de que resultou a Socony-Vacuum Corporation., permanecendo assim até 1931, ano em que passa a designar-se como Socony Mobil Oil Company.
A partir de 1963, passa a designar-se como Mobilgás, e pouco tempo depois, apenas como Mobil. Depois desta breve nota introdutória, vejamos o que então se passava com a referida Marca em Portugal.
Após a primeira designação com que aqui apareceu (Vacuum Oil Company), passou para Socony-Vacuum Oil Company em 1941. Depois Socony Vacuum Portuguesa em 1952 e finalmente, em 1955, adoptou a actual designação de MOBIL OIL PORTUGUESA.
Desde os seus primeiros anos de actividade em Portugal que apoiou as provas desportivas automobilistas aqui realizadas, e edita também as suas primeiras cartas itinerárias do País bem assim como o primeiro Guia do Automobilista Português.
Entre 1920 e 1928, a Vacuum ficou largamente conhecida, pois instalou, por sua própria conta, milhares de sinais de trânsito nas estradas portuguesas. Colaborando activamente com diversos organismos e organizações em Portugal, (ACP, DN, CSV – Conselho Superior de Viação), principalmente em 1928 ano em que se fez a inversão do sentido de marcha nas nossas estradas, da esquerda para a direita, tendo o DN publicado um anúncio de primeira página, durante uma semana, a Vacuum ter instalado milhares de panos de lona onde se podia ler “PELA DIREITA”, e o CSV ter enviado cartas a todos os padres e curas do País, para que estes elucidassem e avisassem os paroquianos que o transito passava a ser feito pela DIREITA e não pela ESQUERDA, como até então.
A Mobil foi também a primeira a fazer a distribuição de petróleo a granel em barris de madeira, utilizando carros de tracção animal, a que se chamavam «galeras». Foi também a primeira a instalar bombas auto-medidoras (primeiro manuais e depois eléctricas), bem assim como uma vasta rede de distribuição de combustíveis e lubrificantes para quase todas as finalidades. Foi também através desta empresa que se abasteceram os primeiros aviões a jacto nas suas ligações regulares entre a Europa e a América.
Mais recentemente, a Mobil foi líder na instalação de uma rede de postos de abastecimento no estilo “self-service”, oferecendo aos consumidores uma gama integrada de lubrificantes sintéticos para o automóvel, aviação, marinha e indústria. Foi esta empresa também a primeira a abrir uma Área de Serviço em auto-estradas portuguesas, (Mealhada). Nos anos 80 volta a ser e lança no nosso mercado a gasolina sem chumbo. É determinante a faceta desta empresa em continuar a ser líder de qualidade no mercado Europeu. Nesse sentido, todas as suas afiliadas europeias se empenharam em esforços para alcançarem a obtenção de certificados nos vários países da Comunidade, muito em especial, na área de lubrificantes.
Deste modo, a Mobil Oil Portuguesa foi a primeira petrolífera a obter a Certificação do Instituto Português da Qualidade, em Fevereiro de 2004, o que garante, assim, uma maior credibilidade aos produtos que apresenta nos mercados, nacional e estrangeiro.

sábado, 30 de outubro de 2010

Inicialmente a minha ideia era começar por uma coisa muito bem ordenada, com parangonas idealistas sobre a industrialização do país. Contudo, e depois de muito estudo e muitas pesquisas feitas, em tudo o que me vinha à mão, resolvi fazer as coisas e postá-las aqui,como elas fossem aparecendo.
Assim, a partir de agora, e depois de um breve preâmbulo, vou dar início a uma série de postagens que irão, por certo, e sem falsas modéstias, enriquecer o património cultural deste país.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

ARQUEOLOGIA INDUSTRIAL
Falar de arqueologia, principalmente para um leigo, não é tarefa fácil. Falar de arqueologia industrial, é ainda mais problemático, pois a terminologia “industrial” foi anexa ao termo arqueologia nos anos 20 do séc. XX, embora já antes, nos meados do séc. XIX, se tenha usado um termo muito parecido, e que era: arqueologia da industrialização ou a conservação do património das indústrias.
«Por arqueologia industrial pode entender-se como o estudo das transformações técnicas e dos materiais [e equipamentos] relativos à industrialização».
Mas para que o referido estudo se torne viável, é imprescindível inventariar, registar, preservar e, eventualmente, reutilizar os monumentos industriais. Para o facto já o nosso Francisco de Sousa Viterbo - o pai da expressão «arqueologia industrial» - chamava a atenção, em finais do século passado:
«Antes que tudo se perca irremediavelmente, salvemos pela descrição e pela estampa o que ainda nos resta, dilacerado e partido, dos antigos documentos da laboriosidade portuguesa». E continua, um pouco adiante: «Não é só nos descantes, na linguagem, nas tradições, nos símbolos, nas parlendas, no viver íntimo, nos costumes, que o folklorismo [sic] poderá fazer uma colheita preciosa. A vida material, a vida do trabalho, anda intimamente ligada à vida psicológica, e uma e outra deveriam ser surpreendidas ao mesmo tempo no seu conjunto harmonioso».
Continuando, Sousa Viterbo faz uma observação que ainda continua, em grande parte, actualizada: «Exceptuando os descobrimentos marítimos, em que parece haver-se concentrado toda a sua actividade, no demais não me recordo de nenhum invento português que ficasse marcado assinaladamente nos anais da ciência e da industria. No entanto, esta falta deve atribuir-se também em grande parte ao nosso descuido proverbial, que deixa no esquecimento ou que não regista oportunamente qualquer demonstração, mais ou menos notável, da nossa aptidão científica ou do nosso engenho industrial e artístico»
É claro que, infelizmente, esta chamada de atenção e alerta de Sousa Viterbo, não foram ouvidas pelas entidades responsáveis do nosso país, pelo menos até meados do séc. XX. Muitos foram assim os monumentos industriais que se delapidaram, muitas foram as raízes de indústrias que vigoraram neste rectangular cantinho, que se perderam, sem que delas ficasse registado algo para a posteridade.
Assim sendo, deve ser sublinhado que falar de arqueologia industrial, não deve ser olvidada a parte em que a mesma é embutida no património cultural. É desta raiz que deve nascer a árvore que irá dar os seus ramos e os seus frutos na procura dos bens materiais e imateriais das indústrias, passadas e presentes, e na preservação e manutenção das estruturas remanescentes para que delas se faça um outro uso: o ensino e a divulgação do que foram, como foram e para que foram.






“José Amado Mendes
Doutorado em História Moderna e Contemporânea, pela Universidade de Coimbra, e mestre em Ciências da Educação, pela Universidade de Austin (EUA), é professor catedrático (aposentado) da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e colaborador da Universidade Autónoma de Lisboa. Tem-se dedicado à investigação de diversas temáticas, com destaque para as seguintes: história económica e social, industrialização, história empresarial, ética e cultura de empresa, liderança e cultura organizacional, museologia e património cultural, sobre as quais publicou várias obras. Foi Director do Curso de “Mestrado em Museologia e Património Cultural” e um dos organizadores do I Encontro Nacional sobre o Património Industrial (Coimbra – Guimarães – Lisboa/1986), cujas actas foram publicadas sob a sua coordenação. Foi membro e coordenador de um grupo de trabalho do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX – CEIS 20 e Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É membro de várias associações científicas, nacionais e estrangeiras”.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

ARQUEOLOGIA INDUSTRIAL - O QUE É?

Falar de arqueologia industrial, é de certo modo, falar da arqueologia na generalidade. e nesses termos, o arqueólogo é um indivíduo que, passe a redundância da expressão, "desenterra" o passado. Isto é, vai à procura de algo que nos mostre o que foi em tempos remotos ou distantes, um ser humano, um objecto, um edifício, um veículo, uma cidade, etc.